raissa rossiter

raissa rossiter

 “Podia ter nascido em Brasília.” Esta é uma brincadeira que fiz algumas vezes para dizer que sou uma contemporânea da capital. Faço parte da geração de 60. Mas não nasci aqui. Adotei este lugar.

Lembro-me do espanto que tive ao, pela primeira vez, descortinar a beleza e a amplitude da cidade, com meus vinte e poucos anos. Aquele verde intenso por toda parte… Moradora recém-chegada, em 1996, me lembro também do mapa e das explicações que recebi sobre a lógica da cidade com traçado de avião.

Nesta trajetória dos seus 53 anos, quantos símbolos, imagens, melodias, ritmos e marcos cívicos forjaram a identidade de Brasília! Aqui as diferenças culturais, sociais e as desigualdades econômicas se encontram, criam tensões, apontam possibilidades e provocam sonhos de transformação.

Hoje, na Esplanada dos Ministérios, vi gente de todas as idades e de muitas partes do Distrito Federal e do país celebrando o aniversário da cidade, curtindo um belo dia de lazer. Percebi uma Brasília verdadeiramente brasileira. Essas tribos, que compõem Brasília, são convidadas cotidianamente a recriá-la na direção de um futuro melhor, mais democrático, igualitário e sustentável. Quem se habilita?